sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Combate de papagaios


Papagaios que mais parecem tubarões
Se o combate não for entretanto combinado, aquele que ganhar a peleja fica com a massa do Lúcio Tomé. Um já vale pelo menos 6 milhões, o outro sabe-se lá quanto valerá. Quanto aos herdeiros: uma já foi assassinada, aos outros não vai sobrar dinheiro para distribuir pelos papagaios.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Portimão em êxtase

O Sucesso da iniciativa de pendurar trapos azuis por tudo o que é sítio em Portimão foi tão grande que os papagaios do projecto, para darem continuidade às comemorações do Centenário do Nascimento de Manuel Teixeira Gomes até 2041, já decidiram ir mais longe, propondo a pintura de todos os edifícios públicos de azul e a oferta de latas de tinta azul aos munícipes que estejam dispostos a mudar a cor das fachadas das suas casas. Segundo consta, ainda pensaram em pintar as estradas e as árvores de azul, mas terão chegado à conclusão que a manutenção e preservação da referida cor exigia a criação de mais uma empresa municipal, o que, neste momento, não dá muito jeito. Quem sabe, talvez se recupere a ideia para depois de 2041 – altura em que, certamente, se comemorará o centenário da morte do escritor.

Teixeira Gomes dizia que existem sítios no mundo tão cheios de encanto sensual que “é possível amá-los com o amor físico”. E tinha razão. Só de pensarem na cidade toda pintada de azul, os seus patrícios já se sentem completamente em êxtase, ou seja, evitando uma frase mais popular entre os portugueses, numa espécie de orgasmo permanente e ininterrupto.

A ilustração representa um pormenor do Teatro Municipal de Portimão, já pintado de azul. Os ditos papagaios estão no topo do edifício, também eles pintados de azul. Por isso é que não se vêem. Já o director não quis ficar no desenho porque estava vermelho. De raiva.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Depois de um fim-de-semana de campeonato

É inevitável que na nossa galeria se dê destaque ao papagaio Sarrafadas. Como é pequenino coube todo na moldura. Vantagens de se ser anãozinho.

domingo, 22 de agosto de 2010

Com o país a arder

Só era possível iniciar a visita à nossa galeria, começando pelo Papagaio Mais Valia Estar Calado.

Papagaios p’ra gaiola!

Os papagaios são extraordinariamente irritantes! Tirando, claro, o divertido Zé Carioca da minha infância.

Primeiro, porque falam em lugar de estar calados, e não dizem nada de jeito. Azucrinam os ouvidos das pessoas com baboseiras, asneiras, gritos, roncos e arrotos, repetindo todos os ruídos que aprendem com os seus donos. É verdade que há papagaios inteligentes, sobretudo quando estão calados, mas há outros que são uma nódoa completa, e normalmente não fecham a matraca senão quando morrem ou são postos a andar das suas gaiolas douradas. Também os há de todas as cores: azulados, alaranjados, avermelhados, cor-de-rosa, brancos, pretos, cinzentos, alguns de todas cores; e é possível adivinhar a sua presença mesmo quando aparentemente não têm cor nenhuma. Com efeito, há papagaios em todo o mundo, mas nunca vi tantos como em Portugal. Reproduzem-se como moscas e pousam em qualquer ramo do conhecimento, da arte, das letras, da ciência, do desporto, e sobretudo não perdem a oportunidade de se pendurar nos tachos e nas gamelas onde gostam de debicar. É um bicho tão nojento como a pulga ou o piolho e tão temido como o gafanhoto, sobretudo quando se junta em bandos e invade as universidades, os ministérios, o parlamento, a Procuradoria-Geral da República, os jornais, as televisões, as autarquias, as casas dos mais incautos e até os clubes de futebol, neste caso concreto, manhosamente disfarçados de outros animais voadores, como águias ou dragões alados. Nem as igrejas se livram deles.

Estou deveras farto de papagaios. Não posso abrir a TV ou a rádio porque lá estão eles a pavonear-se; não posso sair à rua porque os há por todo o lado, a esvoaçar sem qualquer respeito por quem acabou de lavar o automóvel ou vestiu uma camisa lavada. Já são tantos como as gaivotas que invadiram Portimão, de resto, cidade onde também não faltam papagaios, alguns bem alimentados, gordos, anafados e até os há bem pagos para estarem calados. O problema é que país não pode continuar a gastar o dinheiro dos nossos impostos com tanto papagaio.