terça-feira, 29 de março de 2011

Papagaios seguem os passos do coelho


Os pardaliros inocentes há muito que são massacrados por papagaios cor-de-rosa. Dir-se-ia até demasiadamente massacrados. Mas, quando, por obra e graça do PEC4, se afigura a possibilidade de se verem livres daquela praga, eis que a ameaça de invasão de papagaios cor-de-laranja os deixa à beira de um violento ataque de nervos. 
A verdade é que ainda agora os penachos cor-de-rosa não foram completamente tosquiados e já as picaretas falantes abrem buracos na paciência das aves pacientes.
Mais do que estar sempre a espingardar na direcção dos papagaios ainda no poleiro, era preferível mandar calar as ditas picaretas falantes, sempre a martelarem em baboseiras que não credibilizam aqueles que afirmam estar preparados para governar o zoo, e só desbaratam os passos de mágica, ainda trémulos, do coelho que acabou de sair da cartola.
Basta de varinas.
Basta de varinas que apregoam um peixe que já ultrapassou a data limite para ser consumido. E basta de varinas armadas em damas ofendidas.
Era necessário um golpe de asa. E era necessário que o coelho saísse da sua cartola, dando os passos certos em direcção a novos paradigmas, onde não houvesse lugar para papagaios nem para as de aves de rapina.
E era sobretudo necessário engaiolar todos os papagaios de avental, quaisquer que fossem as suas cores, para se evitar que continuem a arquitectar os seus ninhos de ouro à custa das aves que, já depenadas, não vislumbram senão mais impostos, mais desemprego, mais corrupção, mais negócios fraudulentos, mais assaltos ao erário público, mais dívida pública, mais juros, mais marteladas no orçamento, mais injustiça e mais miséria.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Os papagaios no poleiro instável


A estabilidade é o argumento dos argumentos. É o argumento que encima o altar dos crentes e dos fiéis e é o ninho cor-de-rosa, construído de PECs e orçamentos, cimentado de promessas e mentiras, que se compromete a assegurar a estabilidade da instabilidade de uma nação de aves de cabeça oca.
Estabilidade é, afinal, o argumento que assegura imobilidade, e esta é uma espécie de milho envenenado com o qual os papagaios autocratas alimentam os cucos manhosos e os milhafres sempre à espreita de cadáveres, mas também os pardalitos medrosos e os párias que não têm onde cair mortos. Por outro lado, e acima de tudo, este é o milho que sossega as incomodadas águias-reais-europeias sempre disponíveis para desvalorizarem a qualidade de vida da passarada, já de si tão anafada como a deste longínquo zoo plantado na costa mais ocidental do seu território de caça.
OU NÓS OU O TERRAMOTO, SEGUIDO DO INEVITÁVEL TSUNAMI!
 Afirmam os ditos papagaios numa gritaria ensurdecedora para convencerem as aves que não sabem voar e sobretudo para descredibilizar aquelas que se atrevem a bater as asas.
NÃO PRECISAMOS DE NINGUÉM, NEM ESTAMOS DISPOSTOS A QUE NOS AJUDEM A FAZER AQUILO QUE JÁ DEMOS PROVAS MAIS DO QUE SUFICIENTES DE NÃO SABERMOS FAZER!
Barafustam incansáveis as aves de rapina aterrorizadas com a possibilidade do escrutínio independente destapar as tocas onde têm escondido o produto dos seus assaltos a este celeiro já completamente depauperado.
NÃO APOIAREM AS NOSSAS TRUCULÊNCIAS É CONTRIBUIREM PARA UMA CRISE COM CONSEQUÊNCIAS DEVASTADORAS PARA A VOSSA JÁ PRECÁRIA CAPACIDADE DE SOBREVIVÊNCIA!
Teatralizam os mesmos papagaios a tragédia que, para si, constitui a democracia, o voto e a alternância no poleiro.
E há papagaios de bicos rechonchudos, com aquele olhar peculiar dos antropófagos, que repetem até à exaustão os argumentos da verdadeira e natural estabilidade de um zoo inanimado.
E o pior é que também há passarinhos que acreditam no destino e nos papagaios. 

quarta-feira, 16 de março de 2011

O papagaio da sustentabilidade insustentável


O papagaio da sustentabilidade, aquele que, em tempos, afirmou ter descoberto a fórmula para garantir por 100 anos a segurança social e que, há uns tempos, veio publicamente retratar-se ao confessar que, afinal, essa fórmula era apenas uma anedota que tinha contado para distrair a passarada já reformada, ou a pensar reformar-se, e caçar-lhes os votos necessários para continuar a arrancar-lhes as poucas penas que lhes restam, é o mesmo que, mais recentemente, voltou às charadas de mau gosto quando, de forma descarada, veio garantir a dita sustentabilidade do sistema até 2050. E é o mesmo que, depois de ter feito o trabalho sujo do aumento da idade da reforma, compensado este com a redução do valor dessa mesma reforma, e outras tropelias que têm segurado o voto dos incautos atormentados com a ameaça de um dia deixarem de receber o milho que mal lhes garante a sobrevivência, se transferiu para o poleiro da economia. E fez muito bem. Afinal, num país em que a economia está totalmente parada, para não dizer desconchavada, este é exactamente o lugar certo para uma ave de cabeça oca, incapaz de voar e, em suma, uma abécula nitidamente cansada de tanta trafulhice e de tanta incompetência.
Há muito escondido no seu ninho, a aguardar a reforma que planeou, sem ter necessidade de trabalhar até aos 65 anos, como, por enquanto, a maioria das aves deste zoo – era mesmo só o que mais faltava –, deu um ar da sua graça ao colocar a crista de fora para, com um bico só equiparado ao do Pinóquio, dizer que faltava bom senso aos camionistas em greve, porque não estavam a contribuir para a dita economia, esquecendo-se que estes, agrilhoados com impostos sobre impostos, mais scuts e mais turbulência nos mercados dos combustíveis, mais dia, menos dia, vão ser definitivamente forçados a deixar de trabalhar.

sábado, 12 de março de 2011

Um papagaio armado em porco


O nosso zoo não é, de facto, a Tunísia, nem o Egipto. E não é porque, depois de um jovem sacrificar a sua vida ao emular-se pelo fogo, o ditador Ben Ali caiu do poleiro. E também não é a Tunísia porque a revolta popular, organizada na chamada «Caravana da Libertação», continua a sua marcha em direcção à capital para varrer definitivamente o regime de malfeitores. Mas, temos que admitir que também não é o Egipto porque Hosni Mubarak, ao fim de 30 anos a cantar de galo, foi capaz de compreender que não valia a pena resistir aos «Dias de Fúria» de uma juventude sedenta de liberdade e de democracia, e caiu.
Porém, já dizer-se que o nosso zoo não é à Líbia, é não querermos ver um papagaio armado em porco.


O porco está disposto a sacrificar o seu povo para salvar a tromba; do mesmo modo, o papagaio armado em porco está disposto a sacrificar a passarada para salvar o bico. Mas, se a Europa e os Estados Unidos estão em alerta e dispostos a defender os chamados rebeldes líbios das malfeitorias do porco, por sua vez, perante a falência do nosso zoo, o fundo de socorro do euro e o FMI aguardam apenas que o papagaio armado em porco não continue a resistir à sua inevitável entrada.
É certo que o porco entende que ninguém lhe pode tirar o poleiro e riposta com a artilharia pesada, aniquilando todos os que lhe aparecem pela frente; já o papagaio armado em porco, que continua a acreditar que se pode manter eternamente no poleiro, levanta voo, armado de orçamentos, PECs e outras armas letais, e dia sim, dia não, dispara em todos os sentidos, procurando arrasar todas as esperanças da passarada.
A geração de rebeldes à rasca acordou e começa a andar por aí. Porcos e papagaios armados em porcos não têm outra alternativa senão resignarem-se ao espaço da sua pocilga.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Começam a contar-se as armas no galinheiro


Enquanto os papagaios cor-de-rosa se debicam agressivamente a propósito da escolha daquele que preferem para os liderar na luta pela manutenção do poleiro, a galinha mais ladina do planeta não perde tempo a promover um encontro íntimo com António papagaio, como ela refere desinteressadamente, um dos trunfos do Partido Socresta.
Numa conversa tu cá, tu lá, entre uma canjinha, arroz de pato e saladinhas variadas, tudo certamente bem regadinho e pago pelo contribuinte, a dita ladina procura abrir as asas do amigo e este não perde tempo. Humildemente, começa por dizer que nunca acabou nada que tenha começado e, depois, numa síntese só possível a um verdadeiro artista, pinta com realismo o seu auto-retrato ao afirmar que nos últimos 10 anos em que o PS tem estado no poleiro as mudanças têm sido gigantescas. E é verdade. Que o digam os passarinhos públicos, cujo poder de compra recuou os referidos 10 anos; que o digam os velhos e as grávidas, cuja assistência recuou ao tempo da monarquia; que o diga a dívida pública, que regressou ao desgoverno do Afonso Costa; que o digam os operários desempregados, que recuaram à crise industrial do século XIX; que o digam os jornalistas, que regressaram aos tempos áureos do lápis azul; que o digam os alunos e os professores, que recuaram ao tempo do Magalhães e às suas viagens pelo desconhecido; e que o digam todos os pardalitos, que não se cansam de enaltecer as benfeitorias de que têm sido alvo em cada orçamente, seguido de mais um, dois ou três PECs.
Mas, como se não tivesse culpas no cartório, o sem pai nem mãe, com a sua inesquecível experiência de catatua de Estado, associada a uma visão de águia pesqueira, afirma que o zoo está em apuros e avisa que eleições antecipadas não vão resolver nada porque essa é uma solução que pode fazer cair do poleiro a sua família de papagaios e lá colocar uma espécie que, em tempos, sem dó nem piedade, correu à pazada do dito poleiro. Neste contexto, uma plataforma de entendimento entre os papagaios cor-de-rosa e os cor-de-laranja parece-lhe a estratégia mais apropriada para manter o galinheiro em total desordem e por muito tempo. Ideia sufragada por outros papagaios pesados, como o filho do pai de todos os papagaios que acredita que o seguro morreu de velho, o que o leva apoiar um António, o dito seguro, e a virar costas ao outro, o preferido da ladina; ou como o próprio pai de todos os papagaios que já anda a dar catequese numa nova loja discreta, ali ao Bairro Alto, onde as varinas, agarradas que estão a uma tradição que remonta à Idade Média, nunca dispensam o avental.
Mas o António da ladina é esperto. Recorda-se bem de que nem sempre esteve do lado do referido pai de todos os papagaios, admite que o seguro não é velho mas útil em tempos incertos, e não está interessado em ser depenado. Depenado já foi nos arredores da capital e essa constituiu a experiência suficiente para perceber qual é o seu tempo certo, para além de saber perfeitamente que não se deve meter com as levadas da breca das varinas. Por isso, desta vez é provável que consiga acabar o que começou. Mais tarde logo se verá se lhe crescem as asas para voos mais altos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Papagaio que gosta de circo mas não de palhaços


Medina papagaio, habituado que estava a viajar na carreira dos sábados à noite com outras aves de rapina, abusou da sorte quando decidiu descer o plano inclinado em excesso de velocidade. E acabou esfrangalhado quando aterrou no quintal de um grupo de pedreiros que há muito o tinha sob vigilância e na mira das suas caçadeiras, aguardando apenas a melhor oportunidade para o depenar de vez.
Mas o dito já tinha metido demais o bico onde não devia e, amiúde, atrevia-se a sobrevoar o espaço aéreo de uma propriedade privada de interesses traçados a compasso régua e esquadro, onde o silêncio é a alma do negócio.
É verdadeiramente lamentável que a passarada não possa voar livremente, nem expressar-se de acordo com a sua espontânea vontade de chilrear, mas o Medina abusou. Foi longe de mais na divulgação de dados sobre a verdadeira situação económica do zoo e disparou em todas as direcções sem olhar às cores das penas dos papagaios que lhe passavam à frente, preocupando-se apenas em chamar a atenção para a falta de milho ou em denunciar os devaneios cor-de-rosa, designadamente a propósito dos mega negócios arquitectados para vias de comunicação e transportes completamente desnecessários para uma espécie animal que tem no espaço aéreo a via privilegiada para se deslocar.
E abusou muito quando se atreveu a dizer que gostava de circo mas não de palhaços. E voltou, mais uma vez, a abusar quando comparou esses mesmos palhaços a santolas em vez de os comparar a moluscos de oito pés com enorme capacidade de camuflagem.
Ou seja, abriu demais as goelas.
Mas o abuso que tornou a cantoria completamente insustentável foi quando uma ingrata ave de rapina se armou aos cucos, pondo-se a falar do tempo em que ela própria fazia parte do orfeão dos papagaios cor-de-rosa e a recordar a forma como os já referidos pedreiros arquitectavam o poder no galinheiro, esquecendo-se, de forma imperdoável, do muito que já debicou no milho distribuído à asa cheia pelos amigos do dito orfeão.
Aí, que nem tordos, caíram o Carmo e a Trindade, o Medina, o Neto, porventura o Crespo e sabe-se lá que mais papagaios vão ser arrastados nesta queda.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O papagaio de lâmpada fundida



Para infelicidade da passarada, sempre que os papagaios chegam ao poleiro, das duas uma: ou são corpos que reflectem, da luz que incide sobre eles, o amarelo e um pouco de magenta, resultando da soma destas duas cores um penacho alaranjado, ou são corpos que, da dita luz, apenas deixam visível a magenta um pouco já descolorida das suas penas. Mas, o mais estranho é que em ambas as famílias biológicas de vocação governativa há sempre uns iluminados pela subtracção de todas as cores, a que, normalmente, e de forma simpática, se referem os chamados papagaios cinzentos. Agora, o que já não é somente estranho, mas totalmente incompreensível, é a presença terrível dos papagaios fundidos, uma espécie de manchas negras que esvoaçam como aves agoirentas por cima dos passarinhos. E o Valter desasado é uma dessas manchas completamente negras que, em tempos, ensombrou a educação, defendendo com garras e bico as políticas da saudosa Milú, e agora aterroriza os desempregados quando, com o seu ar tranquilo de pato bravo, surge para apregoar o impossível ao garantir que o desemprego subiu e ao mesmo tempo estabilizou.
De facto, como é possível um papagaio fundido, cuja escolaridade já foi posta em causa por demonstrar não sabe ler nem escrever, manter-se vivo e a piar sem se estatelar na matéria orgânica que é vulgar acumular-se por debaixo dos poleiros?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Galináceo Nascimento nu e cheio de ronha


Cri cri cri cri qui qui cri qui qui cri FACE OCULTA??!!!
CRI CRI CRI cri cri cri… ESCUTAS????!!!
QUI QUI QUI QUI QUI QUI QUI RI RI RI CRI CRI CRI CRI CRI QUIQUI QUIQUI QUI QUIIIIIIIIII
QUEM MANDA AQUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII????!!
Cri cri cri criquiqui criquiqui criquiqui SÓ SÓ SÓ SÓÓÓÓÓ CRATES?????????
SÓ SÓ SÓ SÓÓÓÓÓ CRATES?????????
QUIRIQUIQUI QUIRIQUIQUI QUI QUI!!!!!!!!