segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Os papagaios poliglotas e os outros

Já tínhamos concluído que os papagaios têm dificuldade em falar algumas línguas. E até tínhamos considerado injusto criticar o Manuel Maria Papagaio por não conseguir vocalizar o nome do egípcio Farouk Hosni. Agora, vimos em defesa do papagaio que vive em S. Bento porque consideramos que não é correcto fazer-se chacota do seu discurso nos EUA. Isto porque a culpa daquela tragédia na Universidade de Columbia deveu-se, por inteiro, à incúria do seu grande amigo Pinho papagaio, o tal dos cornos em riste, e aos responsáveis pela logística do evento circense. O primeiro porque ter-lhe-á dito que para se limitar a abrir e fechar a boca e a fazer aquele seu gesto muito estimulante da mão fechada para cima e para baixo, os outros, porque estavam instruídos para meterem a cassete do discurso sobre o sucesso do programa das energias renováveis em Portugal e, em lugar disso, inadvertidamente, meteram uma cassete do Curso de Inglês sem Mestre, recentemente editado pela encerrada Universidade Independente.

E esta situação, que não é virgem – basta recordar a barraca que foi aquele discurso no país vizinho –, começa a ser preocupante. Se meditarmos em exemplos passados, descobrimos papagaios poliglotas, como os que não aguentaram viver no pântano, que conseguiram voar para as gaiolas douradas da ONU e da Comissão Europeia, e outros, porque só falavam português ou limitavam-se a arranhar no francês, que ficaram prejudicados.

Bem, sempre há a possibilidade de poder seguir os passos do seu grande amigo Vara que treme mas não cai ou do não menos amigo papagaio que anda de Mota-Engil ou ainda, quem sabe, continuar a sua meritória carreira profissional como rubricador daqueles extraordinários projectos de arquitectura que todos conhecemos e que nos traz na expectativa de poderem vir a ser distinguidos com o Prémio Valmor.


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