domingo, 30 de janeiro de 2011

A impunidade dos papagaios fora-da-lei

Os papagaios fora-da-lei levam tão a peito a teoria de que todos os malfeitores têm direito a defesa, que se tornaram autênticos antropófagos. Comem-se literalmente uns aos outros para defenderam os meliantes que lhes enchem os bolsos de milho. A lógica é pôr a salvo o coiro de todos os pedófilos, ladrões, proxenetas, corruptos ou mesmo assassinos.
E está certo. Afinal, todos os bandalhos têm razões, sobretudo psicológicas, que justificam os seus actos ilícitos. Uns porque também já foram violados quando ainda mal sabiam piar; outros porque os pais são ladrões e sempre entenderam que deviam seguir o seu exemplo; outros porque são ministros ou ex-ministros, secretários de estado ou ex-secretários, todos eles extenuados de trabalho mal pago; outros simplesmente porque são ascendentes ou descendentes dos anteriores e não têm culpa dos devaneios dos progenitores; outros porque militam nos partidos, mas desconhecem o que lá se passa; outros porque não se sentem culpados por terem sido colocados no poleiro das empresas públicas; outros porque convenceram-nos que ser advogado, juiz ou procurador é sinónimo de impunidade; outros porque são bastonários dos próprios fora-da-lei; outros porque são médicos que nunca lhes passou pela cabeça estarem a trabalhar para as viagens e outras benesses da indústria farmacêutica; outros porque não consideram ilegal distribuir milho pelos passarões que lhes protegem os negócios; outros porque apenas são paus mandados dos políticos; outros porque se limitam desinteressadamente a fazer estudos e pareceres de acordo com o interesse geral da passarada; outros porque nunca foram informados da diferença entre ser polícia ou ser ladrão. Em suma, tudo isto também está certo porque os tribunais estão sufocados por processos de divórcio e de cheques sem cobertura e as prisões estão completamente lotadas por jovens delinquentes e não têm as mínimas condições para receber esta linhagem de papagaios.




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