segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Os papagaios da banca estão aflitos


Os papagaios da banca estão aflitos. Os inevitáveis apoios do Fundo Europeu de Estabilização Financeira e do FMI estão, há muito tempo, a pôr em franja os nervos do Rico Salgado e do Ul Rico porque ambos se sentem ameaçados pelas aves de rapina que assaltaram o BPN e o BCP. Nenhum deles concorda com a sugestão de colocar mais milho nos cofres porque receiam que quanto mais cheios estiverem mais apetecíveis se tornam. Por sua vez, tranquilos, sem baterem as asas, porque reconhecem quem manda na capoeira, os riquitos Ferreira e Oliveira dão a entender que estão confortavelmente capitalizados e o primeiro chega mesmo a propor uma maior coordenação entre todos eles, sub-repticiamente sob a liderança do ministério do cabeça-de-nabo e a protecção da banca onde, em tempos idos, havia ouro que garantia a independência do zoo.
O desespero é tal que Rico Salgado se tem desdobrado em entrevistas e conferências de imprensa para afirmar a sua convicção na previsão das ditas aves de rapina em relação ao cumprimento do défice orçamental. E até vai um pouco mais longe ao afirmar acreditar que as contas de 2010 estabilizarão no 6,9 por cento. Já o Ul Rico está muito preocupado com o facto do negócio do BPN não se concluir definitivamente porque esta clara indecisão afecta sobretudo o seu concorrente Ferreira, o guardião da caixa-geral onde grande parte dos passarinhos é obrigada a guardar o milho e outras sementes com que assegura o ninho e a alimentação das famílias.
Mas, tudo isto não passa de receios infundados e até bacocos. Basta atentarmos aos discursos de todos eles. Afinal, para quê os apoios daqui e dali se a solução é simples? Basta seguir os seus geniais conselhos, que se resumem a duas medidas: a primeira é a passarada passar a poupar o que não tem; a depositar na banca rota para esta não ter necessidade de ir ao bolso dos accionistas para as ditas capitalizações; a segunda, não cumpridas as ditas poupanças por iniciativa própria, o cabeça-de-nabo tem a resolução do problema numa alternativa inteligente e eficaz – avança com novas medidas adicionais de austeridade, que é o mesmo que dizer que está disposto a subir mais os impostos e, naturalmente, voltar a meter a mão no milho dos pardalitos públicos, até porque estes ainda não contribuíram nada de especial e andam aí de mãos atrás das costas sem fazer nada.


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