terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um papagaio que insiste em não saltar do poleiro


O primeiro papagaio lançou a primeira pedra da futura barragem Foz Tua, omitindo a sua intenção de lá voltar mais duas ou três vezes para repetir o lançamento da mesma pedra e omitindo ainda que não tenciona inaugurar a dita barragem, porque sabe que em 2015, data prevista para a sua conclusão, será apenas a memória negra do primeiro entre os primeiros papagaios que mais pinoquiou à passarada. Depois, aproveitou para lançar a ilusão de que a infra-estrutura permitirá criar cerca de 4 mil novos postos de trabalho, como se os pardalitos já não soubessem que na sua aritmética independente o sinal de mais está trocado pelo sinal de menos. Entretanto, fez questão de estimar o custo da obra em 305 milhões de euros, sonegando a informação de que àquela quantia os incautos haveriam, com os seus impostos, de juntar a verba correspondente a mais uma sacramental derrapagem das despesas relativas à subida da inflação, às alterações do projecto, etc., como se, mais uma vez, a dita passarada não estivesse ciente de que, para além disso, neste tipo de projectos, há sempre que acrescentar contribuições extra para os cofres de uma certa fauna com ninho em paraísos, como a Suíça, Andorra, Ilhas Caimão, José Mujica, Lichtenstein, Luxemburgo e outras zonas do mundo designadas francas. Em suma, o primeiro inaugura e vai continuar a inaugurar desesperadamente para manter viva a maior e obsessiva mentira que passou por este zoo.

Sem comentários:

Enviar um comentário