segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os papagaios lambe-botas


Há muito tempo que desejávamos enriquecer a nossa galeria com papagaios portadores de distorções genéticas assinaláveis. E, desta vez, conseguimos adquirir dois interessantes exemplares. Trata-se do Nico-lau e do Mete-lo, duas aves que se vendem às esquinas das ruas, que assumem a postura dos palhaços e dos quais grande parte da passarada já está farta de ouvir cacarejar loas à incompetência daqueles que têm desgovernado o zoo ou a fazer coro com os que têm comparado o FMI ao Frajola que come piu-pius.

Ligados à comunicação social zoológica, ambos sobrevoam o BE A BA da economia subterrânea e, do alto das suas tribunas, enjoados com o seu próprio hálito, é normal vomitarem as alarvices que lhes são recomendadas pelos comparsas cor-de-rosa que os ajudaram a sair da casca e que os têm amparado ao longo de uma vida de indigência ética.
Um deles, com o seu sorriso imbecil, normalmente enforcado em laços à gato de todas as cores e feitios, como se aquele adorno lhe mascarasse o bico caricato ou lhe conferisse uma autoridade intelectual que nunca teve, nem nunca terá, limita-se a passar a asa nas penas de uma trupe de papagaios que tem esvaído o celeiro da pevide e do milho necessários à manutenção do zoo e à preservação de uma fauna em perigo de extinção; o outro, menos apalhaçado, substancialmente mais vesgo, e até um pouco mais sabujo, mas não menos imbecil que o primeiro, decidiu assumir a trágica obrigação de lamber, quando não chafurdar, as feridas da dita trupe, numa tentativa desesperada e ridícula de manter vivo um cadáver que já devia estar a fazer o tijolo normalmente utilizado na edificação dos muros onde se celebra o desaparecimento dos políticos de má memória.
Curioso é ambos aparentemente não meterem as patas nos recursos públicos. Mas também não deixa de ser verdade que este constitui o seu verdadeiro disfarce. Isto porque não é difícil perceber que os papagaios de alto penacho sabem que não podem desprezar os doentes atingidos pelo esquerdismo crónico e obsessivo, nas variantes entre o bacoco e o esquizofrénico, o que significa que, para continuarem a sobreviver no mercado da comunicação obtusa, são obrigados a alimentar a chamada pluralidade democrática e, neste contexto salutar da maior hipocrisia, não têm pejo em dar espaço para voar a urubus da estirpe lambe-botas como são os casos dos nossos Nico-lau e Mete-lo.

Sem comentários:

Enviar um comentário